sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Homilia dia (30/10/2011) “Um só é vosso mestre; vos todos sois irmãos!”


LITURGIA – XXXI DOMINGO COMUM.
30 de outubro de 2011.
“Um só é vosso mestre; vos todos sois irmãos!”
1.Introdução.
Vivemos num mundo onde a concorrência é norma de vida. Luta-se para ocupar o topo da pirâmide e, lá chegando, o poder substitui a igualdade democrática ou a fraternidade evangélica. Quem pode mais, chora menos! A vida deixa de ser uma convivência para tornar-se uma luta onde sobrevive o mais forte!
Jesus prega uma sociedade de irmãos, onde o ministério é “serviço” e não poder ou dignidade! Na Comunidade de Jesus, quem quer ser o maior deve tornar-se servo de todos. Só Deus é grande; nós todos somos irmãos, todos iguais uns aos outros!
O poder corrompe as pessoas e, também, a doutrina, pois, não se prega mais a doutrina da Palavra de Deus, mas a própria ideologia. A pregação torna-se interesseira! A unidade entre pregação e vivência se rompe; por isso, tornamo-nos hipócritas e escondemos o nosso verdadeiro rosto! Numa palavra, tornamo-nos palhaços de circo!

2.Palavra de Deus.
Ml 1,14b-2,2b.8-10 – O profeta Malaquias repreende os sacerdotes e lideranças do Povo de Israel porque abandonaram o estudo e pregaram os próprios interesses e se tornaram prepotentes. Por isso, serão amaldiçoados e suas bênçãos se transformarão em maldições! Longe de Deus, sobra a desgraça!
1Ts 2,7b-9.13 – Paulo chegou à cidade de Tessalônica, com o corpo todo chagado pela flagelação recebida na cidade de Filipos; pregou o Evangelho aos tessalonicenses com humildade, desejando entregar-lhes a própria vida! Foi acolhido como anunciador da Palavra de Deus e eles foram salvos!
Mt 23,1-12 – Jesus reconhece o saber dos escribas e fariseus, mas condena sua hipocrisia (a falsidade): pois não observam aquilo que pregam! A vida não acompanha a sua pregação; pelo contrário, vivem de maneira bem diferente da pregação feita! Por isso, Jesus diz: “ ...fazei e observai tudo quanto vos disserem. Mas não imiteis as suas ações, pois, dizem mas não fazem!”

3.Reflexão.
·         Quando Deus deixa de ser importante e não ocupa mais o primeiro lugar na vida humana, sobra grande espaço para a ideologia, para a pregação acomodada aos interesses egoístas de cada um, principalmente, de quem está no topo da pirâmide e é senhor do poder! Não se fala mais de Deus, mas dos próprios interesses!
·         Assim aconteceu com as lideranças sacerdotais no Antigo Testamento e com as lideranças no tempo de Jesus (fariseus e sacerdotes) e assim continua acontecendo na Igreja e na sociedade de nosso tempo. O pecado é velho, mas constantemente atualizado! Para Jesus, a pregação deve sempre ser respaldada pela vida do pregador. Este precisa empenhar a própria vida em favor da Palavra anunciada!
·         Paulo pregou a Palavra de Deus aos tessalonicenses, tendo o corpo chagado pela flagelação; por isso, o povo recebeu suas palavras  como Palavra de Deus! O povo se converteu e foi salvo! Bom pregador não é aquele que sabe das coisas, mas quem vive a Palavra que prega! O povo, normalmente, não aprecia os mestres que falam bem, mas as testemunhas! (Paulo VI).
·         O mundo atual é carente de testemunhas; tem faladores demais, interesseiros e hipócritas! Como é difícil ser verdadeiro ministro (servidor) da Palavra! Cristo, e somente Ele, é Mestre, pois Ele deu a própria vida pela Palavra.
“Põe tua confiança no Senhor Jesus e serás salvo!”
Frei Carlos Zagonel.

domingo, 23 de outubro de 2011

Homilia dia (23/10/2011) "O amor a Deus e ao próximo"


XXX Domingo do Tempo Comum – Ano A
Ex 22,20-26; Sl 18(17); 1Ts 1,5-10; Mt 22,34-40

O povo israelita foi formado pacientemente. Sendo conduzido pela pedagogia da Lei que lhe fora dada por Deus, programou para os relacionamentos humanos um alto nível ético-moral. Entre as muitas obrigações e proibições a serem cumpridas, estavam aquelas que diziam respeito aos estrangeiros, órfãos e viúvas, aos quais se deveria respeitar, sem lhes tirar proveito, pois desprezar um destes era sinal de desprezo de Deus. A primeira leitura (Ex 22,20-26) é um texto que foi redigido por volta do séc. XI a.C., no tempo dos juízes, e mostra a prática do amor concreto e cotidiano em relação a grupos humanos, vulneráveis e necessitados, e que testam a sinceridade e a autenticidade do amor ao próximo.

Paulo, na segunda leitura (1Ts 1,5-10) felicita os cristãos de Tessalônica que se converteram a Jesus Cristo e que estão aguardando o seu retorno imediato. Pede-lhes que imitem a Deus e ao apóstolo, a fim de tornar a fé credível em meio às dificuldades. Somente a fé no Deus vivo e verdadeiro permite esperar uma recompensa que venha dEle mesmo (a ressurreição de Cristo e a nossa, em Cristo) e perseverar até o fim. A fé no Deus vivo custa tribulações, mas são justamente as provações da vida por causa da fé, que arrancam a consolação espiritual. Por mais paradoxal que possa parecer, a fé e a palavra de Deus se propagam entre as pessoas através dos sofrimentos e provações. Se, hoje, almejamos um cristianismo light, de aparências, isso é certamente já o seu declínio e corrosão interna. Nunca houve cristianismo fácil e aprazível: prova disso é o que realmente convence as pessoas a darem a vida por algo que lhes dê sentido, ou seja, o cristianismo, em sua essência, é amor, mas não sem sacrifícios, renúncias e paciência...

O evangelista Mateus descreve as resistências dos judeus em relação ao Filho de Deus e à sua mensagem. O evangelho de hoje narra um desses momentos, desta vez com os saduceus. Orgulhosos e assentados sobre as próprias autossuficiências, os saduceus não querem aprender de Jesus, mas querem testá-lo para ver se sabe em que consiste o cerne da Lei de Deus, ou seja, qual o maior mandamento da Lei de Deus. Conforme os rabinos de então, a Lei divina desdobrava-se em 248 mandamentos e 365 prescrições de igual valor. A resposta de Jesus foi clara e incontestável: o maior mandamento é o amor a Deus, e o amor ao próximo tem o mesmo valor, o mesmo peso. No amor a Deus e no amor ao próximo está contida toda a lei e todo o ensinamento dos profetas. Sem o amor a Deus e sem o amor ao próximo, os outros mandamentos e proibições ficam vazios de sentido.

O amor a Deus e o amor ao próximo resume o espírito da Lei de Deus, pois ai está expressa a vontade de Deus. Amar o próximo é prova – demonstração – de que se ama a Deus. Não amar o próximo é prova – demonstração – de que não se ama a Deus. Quem não ama a Deus coloca-se ela mesma no lugar de Deus, deixando de lado o que Deus realmente deseja do próximo. Ninguém vive sem amar, mas na vida do amor é preciso libertar-se das amarras da subjetividade e da projeção. Há quem ame a si próprio nos outros. O amor verdadeiro tem muitas facetas: é desejo, é atração, mas sobretudo é encontro com alguém, de quem se aprende e se ensina, a quem revelamos e desde quem somos revelados em nossa essência, e, muitas vezes, desses encontros saímos transformados.

Não se pode amar a Deus sem amar o irmão. É contraditório dizer que se ama a Deus, permanecendo indiferente aos pobres, aos doentes, aos migrantes, aos marginalizados, aos excluídos, aos vizinhos e principalmente os familiares. Jesus veio ao mundo para revelar o amor de Deus pela humanidade, por isso fez de seu ministério público um momento de mil maneiras de amar: curou os doentes, resgatou a dignidade das crianças, das mulheres e dos pobres, perdoou pecadores, expulsou demônios, instruiu os que o seguiam, falou com clareza (sem meias-verdades) aos que o perseguiam, e por fim, como grande gesto de amor, aceitou ser rejeitado e morto. Uma vida de amor, de amor salvador, graças à qual aprendemos e imitamos o que é amar conforme Deus.   

Frei Nedio Pertile, OFMCap
Cuiabá, 23 de outubro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Homilia dia (23/10/2011) “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração”!


       LITURGIA -  XXX DOMINGO COMUM.
23 DE OUTUBRO DE 2011.
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração”!
1.Introdução.
Como você vê ou considera os “Dez Mandamentos da Lei de Deus”? São uma imposição cultural ou são costumes antigos que se transformaram em leis! Neste caso, observá-los seria um sinal de atraso mental e cultural. O mundo “progrediu” e os “Mandamentos” ficaram os mesmos de antigamente! Quem consegue livrar-se deles, seria uma pessoa livre e, psicologicamente, amadurecida!
Napoleão Bonaparte, imperador da França, costumava dizer: “Um povo que não tem fé, não se governa. Fuzila-se!” Não exija a observância dos Mandamentos para quem não acredita em Deus! Os Mandamentos significam sabedoria e luz para o mundo, quando Deus é importante! Num mundo sem Deus, nem a guerra conserta!
Jesus proclama a “Lei do Amor”; onde existe um amor a Deus colocado acima de tudo e de todos, sobra espaço para a liberdade  e para o respeito ao próximo, especialmente, para o mais fragilizado!

2.Palavra de Deus.
Ex 22,20-26 – Deus se apresenta como o Libertador do Povo de Israel e, por isso, pode estabelecer normas de relacionamento social e comunitário. Não é a “lei do mais forte”, mas a “lei de um povo solidário”. Além disso, Deus é o protetor dos pobres, e tratá-los mal significa dar-se mal com Deus!
1Ts 1,5c-10 – Povo que primeiro abandonou os ídolos e se converteu ao Deus vivo e verdadeiro; agora, ele aguarda a volta do Senhor Jesus que nos “livra da ira futura”! Não é para esse mundo que acreditamos em Jesus; aguardamos dEle a liberdade e a alegria já neste mundo e, depois, no outro.
Mt 22,34-40 – Os inimigos de Jesus não se cansam de criar-lhe embaraços. Querem surpreendê-lo em algum erro! Mas, Jesus sempre tem uma resposta cheia de sabedoria. Nesta vez resume a imensa e complicada legislação dos fariseus em dois simples preceitos: Amar a Deus acima de tudo e de todos e amar ao próximo como a si mesmo! Toda a Lei está aqui! Quem ama, cumpre a Lei de Deus plenamente!

3.Reflexão.
·         Um mundo sem Deus é um mundo de confusão; nele manda quem é mais forte! Os  poderosos afirmam com  “Luiz XIV, rei da França”: “A lei é aquilo que me agrada!” Eles não têm leis para si mesmos; apenas, têm imposições para os mais fracos! À primeira vista, o mundo atual é  retrato perfeito de um mundo sem Deus! A guerra, a repressão e a vigência da “lei do mais forte” são os instrumentos próprios de um mundo sem Deus!
·         Os fariseus não estão à procura da verdade; querem, apenas, embaraçar  (criar dificuldades) a Jesus! Evidente, Jesus deu-lhes uma resposta simples, perfeita e completa: “Quem ama a Deus acima de tudo e de todos e ama a seu próximo como a si mesmo” está no caminho certo. Há, entre nós, muita gente  que não sabe de cor os Mandamentos, mas sabe amar a Deus e a seus irmãos. Esses são os verdadeiros santos que estão entre nós! Podemos e devemos imitá-los!
·         Não se crê em Deus para ficar rico neste mundo! Os tessalonicenses acreditaram no Deus vivo e verdadeiro e esperaram a volta do Senhor Jesus! Nós, também, acreditamos no Deus vivo e verdadeiro, queremos viver em paz nesta terra, mas esperamos a justiça perfeita das mãos do Senhor Jesus que voltará para manifestar todo sua glória e todo seu amor pelos pequenos!

“Vos nos dais os vossos preceitos e,
por isso, neles queremos firmar os nossos passos! (Sl 118,4-5)

Frei Carlos Zagonel.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Homilia dia (16/10/2011) “Devolvei o que é de Cesar a Cesar, e o que é de Deus,a Deus!”


LITURGIA – XXIX DOMINGO COMUM.
16 DE OUTUBRO DE 2011.

      “Devolvei o que é de Cesar a Cesar, e o que é de  Deus,a Deus!”
1.Introdução.
Pagar imposto ao Estado será coisa legal? Ou podemos sonegá-lo tranquilamente, sem pecar? Qual seria a resposta de Jesus, hoje, em nossa realidade brasileira? Pagar ou não pagar impostos que o Governo nos impõe a toda a hora e cada vez mais pesados?
Deixemos o Governo governar e que a Igreja cuide das coisas de Deus! Temos certeza que o ensinamento de Jesus não vai por este caminho. Deus deve ocupar sempre o primeiro lugar, e quem serve a Deus conhece direitinho quais são suas obrigações públicas e políticas. Não basta rezar e bater palmas! É necessário agir para que se cumpra a justiça de Deus em favor de todo o povo!
O Estado é uma instituição social e necessária; para usufruir de seus serviços, precisamos pagar os devidos impostos! Mas, o imposto é  preço de serviço; não serve para engordar o bolso dos ladrões!

2.Palavra de Deus
Is 45,1.4-6 – Deus se serviu de  Ciro, rei dos Persas, para dar liberdade ao Povo de Deus exilado e explorado na Babilônia. Ciro é o servo de Javé, ungido para libertar! Ele não conhece Javé e, sem querer, o torna conhecido em toda a terra. Deus é o senhor do universo e nós somos servos e administradores de seu poder!
1Ts  1,15b – A “Carta aos Tessalonicenses” é o documento mais antigo do Novo Testamento. Paulo alegra-se com o progresso na fé e na caridade, revelado na Comunidade de Tessalônica. Os cristãos desta cidade são um povo escolhido e ungido pela ação do Espírito Santo.
Mt 22,15-21 – Os inimigos de Jesus querem enredá-lo numa questão política: ou Ele fica contra o Estado (manda sonegar os impostos) ou contra o povo mandando pagar os impostos! Mas,Ele coloca as coisas no seu devido lugar: Deus em primeiro lugar e, depois, pagar os serviços que o Estado nos presta ou deveria nos prestar!

3.Reflexão.
·         Diz um autor: “As nações se agitam, mas é Deus quem as conduz!” O rei Ciro tinha uma estratégia militar e de conquistador, mas Deus serviu-se dele para libertar o Povo de Israel! O homem moderno julga-se “senhor do universo e de seu destino”, mas não se dá conta que Deus não renunciou ao seu Projeto de Salvação. Ele conduz o universo até o “Fim dos Tempos!”
·         E nós nos damos conta das vezes que “Deus escreveu direito através de nossas linhas tortas”? Nossa agitação não destrói o Plano de Deus! Ele nos conduz com sabedoria!
·         O Estado precisa dos impostos para cumprir o seu dever, mas não é o todo poderoso com direito de nos explorar e de nos roubar! E a Igreja não pode ficar quieta, rezado para que Deus salve nossa alma! Deus quer uma vida plena para todos os homens e, por isso, ela deve ser a “consciência crítica” das ações do Estado. Ele está sujeito à Ética escrita por Deus nos “Dez Mandamentos”! E ela precisa recordar-lhe o  dever de bem governar!
·         Dispensar Deus na vida pública é perigoso. Significa colocar uma raposa faminta num galinheiro. Ela come até as penas das pobres galinhas! Deus é necessário para um correto ordenamento da sociedade.
“Daí, pois, a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus!”

Frei Carlos Zagonel.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

APRENDA A DAR PRESENTES...


Três filhos saíram de casa, conseguiram bons empregos e prosperaram.
       Anos depois, eles se encontraram e estavam discutindo sobre os presentes que eles conseguiram comprar para a mãe, que já era bem idosa.
      O primeiro disse: 
- Eu consegui comprar uma casa enorme para nossa mãe.
      O segundo disse: 
- Eu mandei para ela uma Mercedes zerinho com motorista.
      O terceiro sorriu e disse: 
- Certamente meu presente foi melhor. Vocês sabem como a mamãe gosta da Bíblia, mas ela está praticamente cega e não consegue mais ler. Então mandei pra ela um papagaio marrom raro que consegue recitar a Bíblia todinha. Foram 12 anos de treinamento num mosteiro, por 20 monges diferentes. Eu tive de doar US$ 100,000.00 para o mosteiro,mas valeu a pena. Nossa mãe precisa apenas dizer o capítulo e versículo que o papagaio recita sem um único erro.
       Tempos depois, os filhos receberam da mãe uma carta de agradecimento pelos presentes:
"Marlon, a casa que você comprou é muito grande. Eu moro apenas em um quarto, mas tenho de limpar a casa todinha..."
"Maycon, eu estou muito velha pra sair de casa e viajar. Eu fico em casa o tempo todo e nunca uso o Mercedes que você me deu. E o motorista também é muito mal educado..."
"Querido Marvin, você  foi o único filho que teve bom senso pra saber que o que a sua mãe realmente gosta é de coisas simples.  Aquele franguinho estava delicioso, muito obrigada."