segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

AGRADECIMENTO.





Ministros, Ministras,

                    Paz e Bem,

                    Chegou a hora de ir para frente. A Paróquia de Tangará da Serra – MT, tem apenas dois Freis para atender cerca de 80.000 (oitenta mil) habitantes. Os Freis desta Paróquia da Aparecida ficarão novamente sobrecarregados. Mas acreditamos também na força dos Ministros (as), Pastorais e Serviços e, por isso, tomamos essa decisão.
                    Obrigado pela atenção e gentileza que sempre experimentei de todos. Sempre recebi muito mais do que merecia. Sempre lembrarei a cada um.
                     Peço desculpas se magoei alguém ou se não servi como esperavam. Rezem por mim.
                     Um grande abraço, não de quem se despede, mas de quem se encontra e segue unido, cheio de vida, cheio de Deus.
                   


  Frei Ari Felippi.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Homilia dia 30/01/2011 “Buscai o Senhor, humildes da terra!”



LITURGIA – 06.
IV Dom. Comum – 30.01.11.


“Buscai o Senhor, humildes da terra!”
01.Acolhida.
Irmãos e irmãs, para bem entendermos a Palavra de Deus nós precisamos possuir o Espírito do Senhor. Mas, quem são os pobres de quem falam as Escrituras do Antigo e Novo Testamento? Poderemos ser “pobres em espírito” e possuir bens materiais em abundância? Será suficiente ser pobre de bens para ser querido de Deus? Com certeza, será muito difícil meditar a Palavra de Deus se nosso coração não for habitado pelo Espírito Santo, pelo Espírito de Jesus!
O verdadeiro pobre tem sede das coisas de Deus; os “pobres de Deus” querem pão e saúde para todos! Deus se inclina para o enfraquecido, mas não gosta do coração orgulhoso. O pobre confia no poder de Deus e sabe que o poder dos homens pode ser traidor e é passageiro. Somente Deus permanece para sempre! 
Quem trabalha no meio dos pobres e com os pobres sabe distinguir entre os verdadeiros e os falsos pobres, entre aqueles que se inclinam diante de Deus e os que querem comer porque tem direitos, mas desconhecem seus deveres!
02.Palavra de Deus.
Sf 2,3; 3,12-13 – O profeta dirige-se aos piedosos israelitas que, não obstante o exílio, guardaram a fé em Deus e viviam honestamente. Pobres são o “resto de Israel”: aqueles que guardaram a fé e os bons costumes.Deus vai cuidar destes pobres!
1Co 1,26-31 – Deus escolheu os pequenos e desprovidos de diplomas para confundir os orgulhosos que punham sua confiança no próprio poder. Os filósofos de Atenas foram preteridos, mas os portuários de Corinto foram escolhidos para que ninguém pudesse orgulhar-se do próprio poder! Deus é o Senhor; nós somos simples criaturas que “não roubam a gloria do Criador”  (São Francisco de Assis).
Mt  5,1-12 – Jesus se alegra com os empobrecidos da Galiléia! São os protegidos de Deus; a salvação chegou para eles! São bem-aventurados, mas eles têm uma missão: devem ser distribuidores de misericórdia, de paz, de justiça e de oportunidades para todos no Reino de Deus. Missionários do Reino.
03. Reflexão.
·         Em primeiro lugar, é intrigante observar como Jesus tem um carinho especial para com os “pobres lascados e empobrecidos da Galiléia”. Ele fala a pobres empobrecidos pelo latifúndio dos poderosos, inclusive estrangeiros, da Galiléia. Jesus não é político e nem faz ideologia: Ele se compadece com pobres de fato, mas sedentos das coisas de Deus; por isso, proclama-os:  “Bem aventurados os pobres em espírito...”
·         Os enfermos, os aleijados e possuídos de maus espíritos... são os outros privilegiados de Jesus! Não investiga as causas da enfermidade... suscita  a fé e exerce o poder divino em seu favor, pois, são enfraquecidos e alquebrados. Deus quer a vida, a saúde e a liberdade para seus filhos. 
·         Jesus quer missionários para o Reino de Deus. A cura é dom misericordioso e tarefa missionária!  A sogra de Pedro foi curada para servir (Mc 1,30), os paralíticos eram endireitados para serem missionários (Mc 5,19).
·         Ser rico não é problema; é necessário ser operário do Reino de Deus, ter sede de justiça e estar comprometido com um mundo mais justo e com oportunidades para todos. Mundo de iguais e não de desiguais, de salários dignos para todos e não “salários” que são roubos oficializados!
·         Esvaziemos nosso coração de todo preconceito e rezemos a “Bem-Aventuranças” em silêncio procurando escutar a voz de Deus que, certamente, ressoa dentro de seu coração.

“Alegrai-vos, pois, é grande a recompensa que tereis nos céus!”(MT 5,12).

                                                       Frei Carlos Zagonel

Católico cruzará os EUA correndo para promover a importância da oração



.- Jeff Grabosky é um leigo católico que neste 20 de janeiro começará uma aventura física e espiritual: Correrá mais de cinco mil quilômetros entre Califórnia e Nova Iorque durante quatro meses para promover a importância da oração.


Grabosky, de 27 anos de idade, assegura que rezará durante todo seu caminho pois apesar das dificuldades que encontrou, quer usar seus talentos para servir a Deus e ajudar aqueles que lhe pediram orações.

O ponto de início de sua corrida pessoal está em Oceanside, Califórnia. Ele tem previsto chegar à sua meta no Smith Point de Long Island, em Nova Iorque, no dia 26 de maio.

Sua missão principal é alentar a oração nos Estados Unidos e no mundo. Ele está recebendo intenções de oração e ofereceu rezar uma dezena do Terço por cada pedido que receba na páginajeffrunsamerica.com

Em diálogo com o grupo ACI, Grabosky explicou que sua fé permitiu que ele superasse épocas muito duras de sua vida. Apenas uma semana após a morte de sua mãe devido a um câncer no ano 2006, sua esposa se separou dele.

Jeff assegura que pôde superar esta experiência de abandono depois de passar dois meses vivendo na rua graças ao poder da oração, "a única constante na minha vida, pois sempre pedi a Deus por sua ajuda. As coisas estavam muito difíceis mas eu confiava em que o Senhor me tiraria de lá e que Ele tinha um plano".

Neste caminho, Grabosky enfrentou sérios contratempos como um colapso pulmonar que o levou a estar uma semana inteira em cuidados intensivos. Longe de perder a fé em Deus, Jeff disse que sua fé saiu fortalecida por esta experiência.

Agora Jeff Grabosky quer inspirar outras pessoas e animá-las a buscar os seus sonhos "inclusive se neste mundo se pensa que pode ser impossível".

Nascido em Nova jersey, Grabosky foi corredor desde a infância. Correu em cross country e em pista durante sua época escolar mas não chegou ao atletismo profissional.

Quando no ano 2008 correu sua segunda maratona, teve pela primeira vez a idéia de percorrer os Estados Unidos correndo.

"Pensei que uma corrida por todo o país seria uma experiência impressionante e um desafio incrível, mas o coloquei em um segundo plano por um tempo por cause de tudo o que tinha ocorrido em minha vida", explica Jeff, e considera que os desafios mentais de uma corrida desta envergadura são maiores que os problemas físicos.

"É interessante ver como Deus atua. Comecei pensando que era necessário para terminar esta corrida por mim, mas agora tenho que terminá-la por todos aqueles por quem estou orando", acrescenta.

"Cada vez que me senti perdido na vida, a oração me ajudou a encontrar meu caminho de novo", confessa o católico norte-americano e recorda que "Deus pode nos ajudar a superar algo se confiarmos nele. Às pessoas que estão em momentos difíceis eu digo que esta vida é freqüentemente difícil, mas Deus tem um plano para nós e se o permitimos de coração, Ele pode e vai fazer coisas incríveis com nossas vidas. Se realmente acreditarem isso, não será difícil sorrir e olhar cada dia com uma atitude otimista". 

A rota de Grabosky cruzará os estados do Arizona, Novo México, Texas, Oklahoma, Missouri, Illinois, Indiana, Ohio, West Virginia, Pennsylvania, Maryland, Virginia e Pennsylvania. Também chegará a Nova Jersey e Washington, DC.

Grabosky pediu aos que queiram apoiá-lo para que sigam enviando seus pedidos de oração e convidou a todos os que o vejam no percurso a correrem ou caminharem com ele. 
Além disso o jovem lançou o pedido de um sofá ou um lugar para passar a noite nos distintos lugares em que estará.

"Não tenho nenhuma dúvida que terei dias brutais, mas acredito nas palavras de Filipenses 4,13: posso fazer todas as coisas em Cristo que me fortalece".

Para mais informação sobre a aventura de Grabosky visite a sua página web:
http://jeffrunsamerica.com/



FonteACI Digital

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Evangelho de hoje (26/01/2011) Lucas 10,1-9


Depois disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse:
- A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias. E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa casa, façam primeiro esta saudação: “Que a paz esteja nesta casa!” Se um homem de paz morar ali, deixem a saudação com ele; mas, se o homem não for de paz, retirem a saudação. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de uma casa para outra.
- Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: “O Reino de Deus chegou até vocês.
“Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Bom dia!
Esses dias tenho revisto o que escrevi no ano passado buscando ver se algo mudou de lá pra cá. Esse texto trouxe uma reflexão: que precisamos continuar insistindo
“(…)
“A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita”.
Esses dias conversando com amigo pelo MSN, nos perguntávamos o porquê tantas pessoas, servos de Deus esfriaram no trabalho. Partilhava a esse irmão o sentimento de qual era a direção que Deus parecia estar dando para essas primeiras reflexões. Apresentei a ele minha angústia pessoal quanto àqueles que desanimaram, que fizeram suas próprias direções e aqueles que eventualmente, abandonaram a caminhada por tantos outros motivos…. uma primeira conclusão: passados mais de dois mil anos e a colheita ainda é grande e os operários ainda são poucos.
Procurando uma resposta para essa angústia humana, acabei passando pelo site da RCC e lá estava estampada uma moção (direcionamento) “(…) Hoje vemos tantas pessoas desanimadas. O que nos cansa e desanima é ver as coisas erradas na nossa vida e entrar numa espécie de fatalismo. E porque vemos as coisas erradas, começamos a reclamar e falamos mal de nossa própria vida e as nossas palavras de murmuração caem como maldição sobre nós mesmos e sobre aqueles que amamos”.
Sim! Murmurações. Ao invés de nos empenharmos ainda mais nas dificuldades que enfrentamos, preferimos fugir.
Passamos por um momento em que as pessoas, por falta de vigilância e pseudo conversões pessoais, não querem ser questionadas ou corrigidas. O trabalho que fazem pra Deus por ser “de graça” não pode receber críticas sob murmúrios de abandono. Diz um ditado que ninguém tropeça em montanhas e sim em pequenas pedras.  Não conseguimos ver que são essas pequenas pedras estão nos derrubando, pedras que tenho, mas não quero reconhecer.

“(…) O Papa Bento XVI em várias circunstâncias já se referiu a uma coisa muito pesada que caracteriza o nosso mundo: ‘não tem nada ver, todo mundo faz, todo mundo rouba, todo mundo fala bobagens, mentiras, eu não vou fazer? Se você rouba um centavo ou um milhão tem o estrago que vem dentro do coração das pessoas e a gente se ajeita, vamos ajeitando a nossa consciência. Eu gosto de usar uma expressão ‘Nivelando a sua vida pelo rodapé’ e fica faltando gente que eleva os seus olhos e começa a buscar as coisas do alto. VOCÊ FICA NO CHÃO E ACHA QUE O CHÃO É O SUFICIENTE”. (Dom Alberto Taveira)

Creio que seja isso mesmo; Ficamos no chão e já achamos que é suficiente! Essa nossa oração já me basta; o jeito que vivo já basta; o que já fiz já basta; Já conheço o que Deus quer de mim, (…). Isso são sinais preocupantes de quem possivelmente perdeu ou se esqueceu dos seus sonhos e dos sonhos de Deus para ele. Como diz a mesma monção “(…) Somos convidados a sonhar junto com o Espírito Santo sobre as nossas vidas, pois é Ele que nos dá esperança. A esperança nos salva, nos dá forças para recomeçar, para crer cada vez que essa é a ocasião boa de mudar”.
“Que a paz esteja nesta casa”! Paremos de lamuriar e comecemos a crescer.
Padre Joãozinho citou que Paulo, que celebramos ontem, escreveu mais amadurecido a 2ª carta aos Coríntios e que ela seja nossa meditação final e o desfecho dessas nossas preocupações e nos motivem a continuar na messe.

“(…) Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós. Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos. Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo. Estando embora vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus apareça em nossa carne mortal. Assim em nós opera a morte, e em vós a vida. Animados deste espírito de fé, conforme está escrito: Eu cri, por isto falei (Sl 115,1), também nós cremos, e por isso falamos. Pois sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará também a nós com Jesus e nos fará comparecer diante dele convosco “. (II Coríntios 4, 7-14)

Um Imenso abraço fraterno!

Alexandre Soledade
"(...) A alegria evita mil males e prolonga a vida". (William Shakespeare)
(65) 8408-4145

sábado, 22 de janeiro de 2011

Homilia dia 23/01/2011 "A luz do Evangelho num mundo de escuridão"



III Domingo do Tempo Comum – Ano A
Is 8,23b-9,3;   Sl 27(26); 1Cor 1,10-13.17; Mt 4,12-23

Toda manhã o sol banha e aquece com sua luz a face da terra. A luz do sol clareia, ilumina e aquece. Mas o que aconteceria se o sol não nascesse? É bem provável que todos nós, por alguma razão, e em determinada circunstância, já tenhamos caminhado por uma estrada sem a claridade do sol ou da lanterna. Provavelmente aí experimentamos a insegurança e o medo, porque não sabíamos o que poderia haver sob os nossos pés, nem se o chão em que pisávamos era firme e livre de perigos. Precisamos da luz! E quanto ela nos é necessária! Não só a luz física, mas também a luz espiritual, a luz divina que ilumina os corações.

As leituras bíblicas deste domingo nos convidam a meditar sobre os fundamentos do cotidiano da vida cristã. Elas visam atualizar em nós a graça de Deus que, um dia (desde o batismo), foi colocada em nossos corações, tornando-nos “filhos da luz” (Ef 5,8). Neste terceiro Domingo do ano litúrgico, do assim chamado Tempo Comum, a liturgia coloca diante de nossos olhos a luz verdadeira que ilumina o caminho da vida cristã, e faz ressoar aos nossos ouvidos a Palavra da luz que tem a força de nos arrancar do poder das trevas (o pecado e a morte). É a luz de Jesus Cristo e de seu Evangelho, que inundou de vez a história humana, as estruturas sociais e os corações dos que O acolheram desde o batismo: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). E, aos que o seguiam sedentos da luz e da vida que brotavam de suas palavras, Jesus asseverou: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14).

A espera pela vinda da “luz do mundo”, Jesus Cristo, durou séculos, e foi preparada por sinais dados pelo próprio Deus. É à luz das manifestações da benevolência divina, que não deixa os filhos adotivos nas trevas, que compreendemos a profecia de Isaías. A primeira leitura (Is 8,23-9,3), datada do século VIII a.C., proclama: “Uma luz brilha nas trevas”. As tribos galilaicas de Zebulon e Neftali, em 732 a.C., viveram a desoladora e triste experiência da deportação para a Assíria. É neste contexto de trevas, de humilhação e desespero, que o povo espera uma “nova luz”, ou seja, o nascimento de um filho régio, chamado Emannuel (“Deus conosco”). Quando Jesus se muda de Nazaré para Cafarnaum, realiza-se a promessa definitiva enunciada pelo profeta Isaías: “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz” (Mt 4,16).

A grande luz que Jesus trouxe ao mundo, conforme o evangelho deste domingo, pode ser comparada a três fachos iluminadores: a luz da pregação, a luz do seguimento, a luz da cura integral, as quais inauguram um novo tempo, o tempo da chegada do reinado de Deus, ainda que de modo provisório, pois este será pleno somente na parusia. Vejamos cada um dos fachos de luz trazidos por Cristo:

a) A luz da pregação – Conforme descreve o evangelista Mateus, logo depois de João Batista ter sido preso, Jesus voltou para a Galiléia e foi morar em Cafarnaum. Iniciou a missão pública pregando a conversão. Não fez um convite, mas de uma ordem, pois o verbo “convertei-vos” está no imperativo do tempo presente. A conversão é uma ordem para agora, para já, e se estende a cada um de nós para o momento presente. A razão da urgência da ordem da conversão é a vinda do Reino de Deus. A salvação única e definitiva, trazida por Cristo e atualizada continuamente pelo seu Espírito, precisa ser vivida agora. A luz de Deus não combina com as trevas do mundo. Deus e pecado não combinam. Converter-se é mudar as idéias, as atitudes, os comportamentos, os sentimentos, os compromissos e projetos que não se harmonizam com o querer de Deus. A conversão é uma mudança que afeta todo o nosso ser. Não existe conversão pela metade, além disso, ninguém se converte só intencionalmente. O que Jesus nos pede, em relação à conversão, é sair do poder das trevas que nos distanciam de Deus. Converter-se é passar do reino da preguiça, indolência e indiferença, para o reino da solidariedade e da partilha; passar do reino da concorrência, vantagem e omissão, para o reino da caridade, parceria e inclusão.

b) A luz do seguimento – Jesus não só prega a necessidade da conversão, mas também chama pessoas para segui-lo. O evangelho de hoje descreve o chamamento de Jesus a duas duplas de irmãos: Pedro e André, Tiago e João. Seguir Jesus é continuar a sua missão, o que exige coragem para mudar de vida e para atrair outros seguidores: “Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4,19). Com este chamado a segui-lO, Jesus dá origem a uma nova família, à comunidade chamada Igreja, gérmen de uma nova sociedade, não mais regida pelos laços de parentesco sangüíneo ou carnal, nem por interesses pessoais ou culturais, mas centralizada na pessoa de Jesus Cristo e voltada para os interesses de Deus.

c) A luz da cura integral – Jesus prega e chama seguidores, mas não só isso. Ele também age, interferindo salvíficamente na vida das pessoas. Mostram, em modo concreto, os efeitos da luz da sua Pessoa e da sua Palavra, transformando a vida destas pessoas, através das curas físicas e espirituais. A atuação de Jesus é contextualizada, ou seja, num mundo dominado pelo império romano, sobre o qual sobrepõe a soberania do reinado de Deus. Desse modo, ao curar integralmente os que O acolhem, faz brilhar a sua luz no meio das trevas da ignorância, da opressão e da humilhação: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,14).

O apóstolo Paulo, bem no início da Igreja, percebeu não só racionalmente, mas por experiência própria, a força iluminadora de Cristo, que mudou radicalmente a sua vida. Em base a esta experiência, exorta os cristãos de Corinto à mútua estima, à concórdia (“no pensar e no falar”), à unidade, a fim de superar as discórdias internas da comunidade: “Eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com os outros, e não admitais divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos e concordes no pensar e no falar” (1Cor 1,10). Para o apóstolo Paulo, o evangelho não é apenas um livro de lembranças do passado, mas uma “boa notícia”, uma “palavra viva” que tem a força de converter os corações, e que, por isso, não estimula a divisão, mas une a todos em Cristo, em seu Nome, no qual os cristãos foram batizados e passaram a constituir uma nova família regida pela lei do Espírito, o Espírito do Cristo Ressuscitado. A força do Evangelho não está nos belos discursos, mas na cruz de “nosso Senhor”. É por isso que Paulo não se faz valer dos recursos da oratória, que podia bem manusear, justamente para não apagar ou esconder a força da cruz: “Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar a boa-nova da salvação sem me valer dos recursos da oratória, para não privar a cruz de Cristo da sua força própria” (1Cor 1,17).  

O evangelho é luz para os que estão nas trevas. E, de algum modo, todo coração humano é sedento da luz de Deus, sem a qual trilhará por caminhos equivocados. É hora de se perguntar: Quem realmente ilumina a minha vida? Onde está o farol da minha existência? Procuro me banhar todos os dias na luz verdadeira que ilumina e aquece? Os atuais pregadores do evangelho fazem valer a força redentora da cruz do Senhor ou limitam-se a apregoar suas próprias idéias em benefício próprio? Fazem valer a força da conversão que brota do evangelho ou simplesmente a omitem? O que anunciamos como luz de Deus tem o efeito de aliviar o sofrimento do povo oprimido e libertá-lo das amarras das trevas? É importante recordar que a pregação cristã não é propaganda em favor de si mesmo ou de outrem, mas anúncio de uma mensagem recebida e que deverá, por força, ser vivida para receber credibilidade. Quando a nossa pregação for testemunho de uma luz recebida e vivida, então poderemos confessar, junto com o salmista: “O Senhor é minha luz e minha salvação” (Sl 27 [26]).

Frei Nedio Pertile
Cuiabá, 22 de janeiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Evangelho de hoje 18/01/2011 Marcos 2, 23-28

Num sábado, Jesus e os seus discípulos estavam atravessando uma plantação de trigo. Enquanto caminhavam, os discípulos iam colhendo espigas. Então alguns fariseus perguntaram a Jesus:
- Por que é que os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado? Jesus respondeu:
- Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros não tinham comida e ficaram com fome? Ele entrou na casa de Deus, na época do Grande Sacerdote Abiatar, comeu os pães oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros. No entanto, é contra a nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso. E Jesus terminou:
- O sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas para servirem o sábado. Portanto, o Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre o sábado.
Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Bom dia!
Uma das maiores dificuldades em se trazer alguém de volta esta no fato dela não perdoar o seu próprio erro por ter tomado uma decisão contraria ao que sugeriam e “quebrado a cara”. É tão duro levantar a cabeça novamente carregando sobre os ombros os sinais do erro.
Antes, porém torna-se importante explicar novamente um mecanismo de defesa chamado RACIONALIZAÇÃO que à grosso modo, é tentar dar argumentos “corretos” para justificar o incorreto. Um exemplo: ao sermos questionados sobre ter avançado o sinal vermelho respondemos que o fizemos porque todo mundo faz; que vendo CD e DVD pirata porque não consigo emprego… Podem parecer corretos, mas não justificam.
A racionalização só tem um problema: DEUS CONHECE A VERDADEIRA RAZÃO DOS NOSSOS ATOS. Aquele que por ventura errou por infantilidade ou por imaturidade é bem diferente de nós quando o fazemos de total e plena consciência e Deus sabe bem a diferença. Uma boa parcela daqueles que habitam os presídios esta lá por um ato infantil, um relapso, um descuido (…). Muita gente, mesmo não estando presa, sofre calados pelos erros que cometeram e já não conseguem mais levantar a cabeça!

“(…) caso nossa consciência nos censure, pois Deus é maior do que nossa consciência e conhece todas as coisas”. (I João 3, 20)

O erro não deve ser mais importante que o acerto que se consegue no final.
Lembro de um final de um capítulo da novela das oito, um rapaz dar um depoimento que muito me comoveu. Dizia ele que tinha de tudo, mas perdeu em virtude das drogas. Parecia impenetrável a qualquer conselho até que foi preso… Nenhuma recomendação dada por sua mãe o convenceu a mudar até que um dia ao ser visitado por ela no presídio. Lá, soube que ela precisou passar por uma revista íntima dos policiais para vê-lo. Tamanho constrangimento o fez prometer que nunca mais usaria drogas.
Pergunte a mãe desse rapaz se ela se importa com o tempo que foi perdido tendo hoje o filho de volta em seus braços?
Fariseus, descrentes, preconceituosos, críticos, céticos, invejosos, (…), sempre estarão preocupados com o milho colhido no sábado; fazem questão de não esquecer nossos erros; observam cuidadosamente o sucesso dos outros e esquecem de ver que viver a vida, é muito mais que isso.
Se um filho de Deus erra, peca, se perde ou se desvirtua a quem ele poderia mais magoar além dele mesmo e aos seus próximos? Por que um erro de outro chama tanta a nossa atenção ao ponto de vermos os nossos próprios?

“(…) Se alguém causou tristeza, não me contristou a mim, mas de certo modo – para não exagerar – a todos vós. Basta a esse homem o castigo que a maioria dentre vós lhe infligiu. Assim deveis agora perdoar-lhe e consolá-lo para que não sucumba por demasiada tristeza. Peço-vos que tenhais caridade para com ele, Quando vos escrevi, a minha intenção era submeter-vos à prova para ver se éreis totalmente obedientes”. (II Coríntios 2, 5-9)

Precisamos abrir mais nossos braços a quem deseja voltar. Não é por menos que o Senhor cita Davi no evangelho de hoje como exemplo, pois foi aquele que muito errou, no entanto foi também por Ele muito amado. Davi muito errou, mas seu saldo foi muito positivo.
Existem em nossas comunidades casais que já vivem outras uniões conjugais, que infelizmente não deram certo. A igreja abre as portas para todos, mas eles temem os nossos olhos; existem também pessoas que desconhecem as maravilhas da nossa igreja porque não encontraram ninguém que lhes apresentassem; existem jovens e adultos talentosos que poderiam fazer crescer nossas catequeses, pastorais e movimentos, mas não tem chances para isso.
Portanto, estenda a mão! Mude esse paradigma! Faça o bem!
Um Imenso abraço fraterno!


Alexandre Soledade
"(...) A alegria evita mil males e prolonga a vida". (William Shakespeare)
(65) 8408-4145

Deus é Maior

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Homilia dia 16/01/2011 “Eis que eu venho fazer a vossa vontade!”



LITURGIA – 04.
2o Dom. T.Comum – 16.01.11

“Eis que eu venho fazer a vossa vontade!”
01.Introdução.
Iniciamos o Tempo Comum na Liturgia; nele meditamos os fatos mais significativos da Vida Pública de Jesus, onde Ele procura adequar-se ao cumprimento das profecias referentes à vida do Messias. Para Ele, o caminho já está traçado! Agora, Ele procura adaptar-se ao mesmo; pois, é o “Servo de Javé”, predestinado a ser a “Luz do Mundo”!
E nós construímos nosso caminho ou procuramos descobrir nossa vocação no Reino de Deus? O homem, de modo geral, não gosta de intervenções em sua vida! Para ele, Deus não é o “Senhor da vida”, mas um produto descartável, chamado a tapar buracos em hora de aperto! O Mundo Moderno adora a si mesmo e não se dá conta que é cego! Desconhece que “Deus é eterno e todo poderoso, que governa o céu e a terra...”.  Procuremos conhecer os caminhos de Deus!

02.Palavra de Deus.
Is 49,3.5-6 – O “Servo de Deus” é chamado, desde o seio de sua mãe, para restaurar as tribos de Israel e ser luz para todos os povos, pois, a salvação de Deus deve atingir os confins do universo. Em Jesus cumpre-se a profecia de Isaías referente ao Messias, Luz para todos os Povos!
1Co 1,1-3 – O Apóstolo Paulo fala de sua “vocação ao apostolado” e da vocação de todos os fiéis para uma vida de santidade. Todos nós somos chamados a invocar o Nome de Jesus e ser santos mediante a sua graça. A santidade é nossa vocação fundamental que dignifica as demais vocações ou profissões.
Jo 1,29-34 – João Batista, iluminado, reconhece Jesus como “Cordeiro de Deus” e dá testemunho de sua missão de Salvador. Sobre Ele baixou o Espírito Santo, na forma simbólica de uma pomba; por isso. Ele o apresenta como, “o Filho de Deus e (que) nos batiza com a força do Espírito Santo”. O caminho de Jesus é o caminho anunciado  pelos profetas como caminho do Messias, do “Servo de Deus”. E Jesus segue o caminho recebido do Pai.

03.Reflexão.
·         Jesus não estabelece o próprio caminho, não serve a Deus de “seu jeito”, mas segue o caminho indicado pelo próprio Deus. É o “Servo de Deus” e tem Missão a cumprir! Deus tem que ser grande e ocupar o centro do coração humano para ser o Senhor de nossos caminhos.
·         João Batista batizou com água buscando preparar o caminho para o Messias; mas, Jesus batizou na força do Espírito Santo: dá-nos a vida divina e conduz a Igreja na continuidade da Missão de conquistar o mundo para Ele. Sua missão vai até o fim dos tempos. Foi por isso que João Batista viu o Espírito Santo descer sobre Jesus e permanecer sobre Ele, significando que, de agora em diante, cabe ao Espírito Santo a condução da Igreja. Somos conduzidos pelo Espírito de Jesus!
·         Como Jesus se deixou conduzir pelo Espírito Santo; nós, discípulos de Jesus, devemos andar pelo mesmo caminho. Todos nós somos chamados a viver na santidade e na obediência aos caminhos de Deus que são caminhos de justiça e de paz. Os caminhos dos homens, normalmente, são caminhos de morte; mas, os caminhos de Deus são caminhos de vida, de justiça e de santidade. A paz está nos caminhos de Deus e, normalmente, não anda pelos caminhos do egoísmo humano.

“Paulo, chamado a ser Apóstolo por vontade de Deus!”
Qual é a vontade de Deus a nosso respeito?


Frei Carlos Zagonel

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Evangelho de hoje (11/01/2011) Marcos 1, 21b-28

Chegaram à cidade de Cafarnaum, e, no sábado, ele foi ensinar na sinagoga. As pessoas que o escutavam ficaram muito admiradas com a sua maneira de ensinar. É que Jesus ensinava com a autoridade dele mesmo e não como os mestres da Lei. Então chegou ali um homem que estava dominado por um espírito mau. O homem gritou:
- O que quer de nós, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem é você: é o Santo que Deus enviou! Então Jesus ordenou ao espírito mau:
- Cale a boca e saia desse homem!
Aí o espírito sacudiu o homem com violência e, dando um grito, saiu dele. Todos ficaram espantados e diziam uns para os outros:
- Que quer dizer isso? É um novo ensinamento dado com autoridade. Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem.
E a fama de Jesus se espalhou depressa por toda a região da Galiléia.
Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Bom dia!
Estamos refletindo o tempo comum…
Tempo comum é muito próximo do nosso dia-a-dia. Ganhamos algumas lutas, perdemos algumas batalhas, ao o fim do dia é preciso ainda estar de pé. O que essa reflexão inicial tem haver como esse evangelho?
Notem que Jesus CONTINUA SEU CAMINHO. Ele cativa as pessoas, educa e exorta. Todos que tem contato com Ele, mesmo os que o odeiam, velam uma profunda admiração, mas mesmo trilhando o caminho que é a vontade de Deus, não deixa de deparar com a ação do malvado sobre as pessoas.
O possesso do evangelho de hoje pode ser aquela dificuldade que temos de rezar todos os dias, pode ser a vontade de ficar em casa contrapondo-se as responsabilidades assumidas no grupo, na comunidade, na igreja, com as pessoas… O possesso pode ser a preguiça que não abandona; a raiva, a inquietação, a inveja daquele que cresce; a ambição em ter o que o outro tem; o possesso pode ser a nossa falta de fé para enfrentar um problema.
Todas essas situações não gritam em meio ao povo, mas fazem ecos dentro da nossa mente atrapalhando o nosso viver. Quem nunca pensou “quem é esse pra tentar me ensinar algo”? Precisamos como Jesus, pedir para que esse pensamento se cale e nos abandone, no entanto, maus hábitos antigos não nos “abandonam’ facilmente.

“(…) Jesus respondeu-lhes: Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível. QUANTO A ESTA ESPÉCIE DE DEMÔNIO, SÓ SE PODE EXPULSAR À FORÇA DE ORAÇÃO E DE JEJUM (Mateus 17, 20).

O mal teme a Cristo e como diz São João da Cruz: “O DEMÔNIO TEME A ALMA UNIDA A DEUS COMO AO PRÓPRIO DEUS”. Portanto precisamos investir mais em jejum e oração; Mantenhamos a eterna vigilância dos nossos atos e ações. Tudo tem um tempo e este tempo a Deus pertence, no entanto deve crescer em nós o apego ao que é verdadeiro para que nossas maldades não gritem mais alto que nossa fala.
O espírito que acompanhava aquele homem não conseguia gritar mais alto que a autoridade de Jesus, no entanto nós muitas vezes caminhamos ao contrário, pois falamos bonito, no entanto nossa atitude perversa e imatura grita mais alto. Como consigo “espantar” ou convencer as pessoas se minha vida não condiz com minhas palavras.
Creio que sempre tropeçaremos nisso, mas a santidade esta no quanto me aproximo do que falo e faço. Não dá pra imaginar em ser cristão e não ter que lutar por mudança, inclusive a pessoal; não dá pra ser cristão e lutar somente por si, ficar apenas nas palavras e não ser espelho.

“(…) O meu grande desejo e a minha esperança são de nunca falhar no meu dever, para que, sempre e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E assim, em tudo o que eu disser e fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei levar outros a reconhecerem a grandeza, POIS PARA MIM VIVER É CRISTO, E MORRER É LUCRO. , mas se eu continuar vivendo, poderei ainda fazer algum trabalho útil. Então não sei o que devo escolher. Estou cercado pelos dois lados, pois quero muito deixar esta vida e estar com Cristo, o que é bem melhor. PORÉM, POR CAUSA DE VOCÊS, É MUITO MAIS NECESSÁRIO QUE EU CONTINUE A VIVER. E, como estou certo disso, sei que continuarei vivendo e FICAREI COM TODOS VOCÊS PARA AJUDÁ-LOS A PROGREDIREM E A TEREM A ALEGRIA QUE VEM DA FÉ”. (Filipenses 1, 20-25)

Um Imenso abraço fraterno!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Homilia dia 09/01/2011 Batismo de Jesus



LITURGIA – 03.
Batismo de Jesus – 09.01.2011.

“Este é o meu Filho muito amado
nele está todo o meu amor!”
01.Introdução.
Vivemos num país católico, onde a grande maioria da população é batizada, mas poucos sabem, realmente, o que significa ser batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
 Ser batizado é graça infinita do amor de Deus e, ao mesmo tempo, um compromisso  nosso com o Sangue de Jesus Cristo; pois, nós fomos resgatados pelo Sangue de Jesus, derramado na Cruz!
São Paulo nos diz que a Morte de Jesus não nos permite mais viver de maneira egoísta; devemos viver por Aquele que por nós morreu e ressuscitou! (Rm 14,7-8). Renovemos, hoje, a celebração de nosso batismo a fim de ouvir, de novo, a voz do Pai que nos recebe dizendo: “Este é meu filho querido!”

02.Palavra de Deus.
 Is 42,1-4.6-7 – O profeta descreve as qualidades e a missão do “Servo sofredor”  -  o Messias . Sobre ele repousará o Espírito Santo a fim de cumprir sua missão com bondade, misericórdia e compaixão em favor dos homens seus irmãos.
At 10,34-38 – A graça do batismo, agora, é acessível a todos os povos. Todos os povos são objeto do amor misericordioso de Deus e todos podem ser seus filhos queridos em Jesus Cristo morto e ressuscitado. O Apóstolo Pedro é o primeiro ministro deste “Batismo universal”! Para ele, Deus não faz distinção de pessoas: todos somos objeto de seu amor misericordioso.
Mt 3,13-17 – Jesus não precisava ser batizado, mas assumiu o batismo da penitência por solidariedade. Fez homem e solidário com todos os homens. A revelação do Pai acontece, também, em nosso batismo se o recebemos com fé!
03.Reflexão.
·         Jesus vai ao rio Jordão para ser batizado por João Batista. Ele quer cumprir com perfeição a missão recebida do Pai. Aparece como pecador à procura de perdão, mas o seu Batismo ocasiona a revelação da Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E revela, ao mesmo tempo, a nossa dignidade de filhos adotivos.
·         Revela-se a missão de Jesus: tornar-nos filhos queridos do Pai celestial. Pelo batismo “nascemos do alto”, isto é: no simbolismo da água que purifica e no poder do Espírito Santo que nos faz renascer para a vida divina de filhos de Deus! Por ocasião do nosso batismo, o Pai celestial pronuncia  sobre cada batizado a mesma confissão que fez sobre Jesus: “Este é meu Filho muito amado, nele está todo o meu amor!”(MT 3,16).
·         Revestidos da graça divina de filhos de Deus devemos viver de acordo com a dignidade recebida. O Papa São Leão, o Grande, dizia aos cristãos romanos: “Reconhece, ó cristão, a tua dignidade!” Não somos filhos das trevas e nem do pecado; somos filhos de Deus e devemos viver de maneira coerente com nossa dignidade de filhos de Deus. Em Jesus somos de Deus, e, com Ele, somos herdeiros da vida eterna. Que maravilha nós trazemos oculta em nosso coração!
·         Se a graça da vida divina é para todos os povos, nós, que fomos batizados, devemos ser missionários e anunciadores desta vocação. O cristão deve ser missionário e instrumento da graça divina para muitos irmãos que ainda não descobriram sua dignidade de filhos de Deus.

Recordemo-nos, irmãos, somos filhos de Deus;
Não somos filhos das trevas!


Frei Carlos Zagonel

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Evangelho de hoje (04/01/2011) Marcos 6, 34-44

Quando Jesus desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas.
De tardinha, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram:
- Já é tarde, e este lugar é deserto. Mande esta gente embora, a fim de que vão aos sítios e povoados de perto daqui e comprem alguma coisa para comer. Mas Jesus respondeu:
- Dêem vocês mesmos comida a eles. Os discípulos disseram:
- Para comprarmos pão para toda esta gente, nós precisaríamos de duzentas moedas de prata. Jesus perguntou:
- Quantos pães vocês têm? Vão ver. Os discípulos foram ver e disseram:
- Temos cinco pães e dois peixes. Então Jesus mandou o povo sentar-se em grupos na grama verde. Todos se sentaram em grupos de cem e de cinqüenta. Aí Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus. Depois partiu os pães e os entregou aos discípulos para que eles distribuíssem ao povo. E também dividiu os dois peixes com todos. Todos comeram e ficaram satisfeitos. E os discípulos ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. Foram cinco mil os homens que comeram os pães.
Bíblia Sagrada, Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Bom dia!
Ontem falávamos muito da nossa hesitação no serviço de Deus e mesmo sendo as vezes “meia boca” Ele ainda age. Não vejo como motivo de martírio, mas alerta, pois até mesmo os apóstolos, com quem conviveu, também titubearam
Hoje vemos um discípulo que toma a voz e também HESITA: “(…) Este lugar é deserto, e já é tarde. Despede-os, para irem aos sítios e aldeias vizinhas a comprar algum alimento”. E nesse caso também, Jesus INSISTE – ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’.
Por que digo que ele fraqueja? Seria fraqueza mesmo? O que acha?
Se eu perguntar quanto é a soma de dois mais dois rapidamente um grupo responderá “quatro”, no entanto outro grupo não responderá e perguntará o porque da pergunta e não duvido que haverá um terceiro grupo, que mesmo sabendo a resposta, não responderá esperando ser uma “pegadinha”.
Em meio aos tantos que ajudam em nossas comunidades na missão de evangelizar toda criatura, sempre haverá os que prontamente responderão ao chamado, os que apenas sabem questionar os porquês e aqueles que só observam, que apesar do talento que tem, não ajudam se não forem devidamente movidos, paparicados, (…).
Quem fala pelos discípulos nesse episódio da multiplicação dos pães e peixes é Felipe (João 5, 5-7). O mesmo Felipe que foi discípulo de João Batista e que pouco tempo atrás havia dito e convencido Bartolomeu sobre quem era Jesus:

“(…) Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José” (João 1,45-46).

Ele já havia feito a escolha de seguir Jesus; acreditou e proclamou que Ele era o messias que deveria e estaria por vir, mas quando se deparou com um problema, questionou a solução dada pelo Senhor. Quantas vezes também agimos assim? Somos fieis, temos fé, mas ao depararmos com um problema um pouco maior que nosso conhecimento ou nossas forças, deixamos de ouvir a solução que Deus sussurra em nosso coração?
Na verdade, essa nossa falta de constancia na féo nos impede (ou poderá nos impedir no futuro) de ver a epifania do senhor nesse problema, na nossa vida, na nossa realidade. Sim, o Senhor vai insistir novamente, mas crer Nele advém de uma mudança de comportamento, ou seja, ALÉM DE TER FÉ, preciso ver o que tenho e que poderá ser “multiplicado”, portanto, buscar soluções, alternativas, para um problema pode requerer estudo, leitura, compreensão, maturidade…
Partindo disso abro um parêntese para uma afirmação que fiz ontem: “(…) Se hoje vemos poucos milagres é por que faltam os que tragam os peixes”. Mas é muito importante explicar algo – O que é graça e o que é milagre? O cardeal Saraiva Martins diz:

“(…) A graça é uma ajuda divina que se obtém para o bom êxito das atividades do homem… Uma assistência particular que Deus concede intensificando as potencialidades naturais; O milagre, por sua vez, manifesta-se precisamente como um acontecimento que se distingue do habitual desenvolvimento da realidade”. (Fonte: Site da Canção Nova)

Esse mesmo cardeal afirma que:
“(…) Entramos no mistério de Deus. NÓS NÃO CONHECEMOS OS PLANOS D’ELE NA ESCOLHA DE QUEM SERÁ ATENDIDO. Conceder uma graça ou uma cura é um ato livre do Senhor. ELE PEDE-NOS TOTAL CONFIANÇA”.
Então a de convir que faltam ainda aqueles que tragam os peixes; que saiam do campo das palavras e também tenham ações; que não hesitem, que não temam, que tenham total confiança, que respondam rapidamente quanto é dois mais dois; pois é desses, como a diz uma canção, “os adoradores, que o Pai precisa”.
Se acreditarmos e não hesitarmos, responderemos. Quando duvido ou temo, me calo ou fujo.
Um imenso abraço fraterno.