sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Homilia dia 31/10/2010 "A grandeza e o amor de Deus"


XXXI Domingo do Tempo Comum - Ano C
Leituras: Sb 11,22-12,2; Sl 145; 2Ts 1,11-2,2; Lc 19,1-10

Há alguns anos circulava uma canção religiosa, que dizia: “Meu Deus, como és grande! Imenso é teu amor!” Basta olhar a imensidão do céu e do mar, a imponência das montanhas, a profundidade dos vales, a fertilidade das planícies, a beleza das flores e o sorriso das crianças, para perceber o poder do Deus Criador. Ao contemplar essas obras grandiosas, o salmista exclama: “Iahweh, nosso Deus, quão poderoso é teu nome em toda a terra. [...] Quando vejo o céu, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que fixaste o que é o homem para dele te lembrares, e um filho de Adão, para que venhas visitá-lo?” (Sl 8,2.4).

Sim, Deus é grande! Diante da grandeza de Deus, nós nos sentimos tão pequenos e insignificantes, quais grãos de areia!... Entretanto, em sua onipotência, Deus criou tudo por amor. Nada lhe é inútil ou desprezível, quer percebam ou não os nossos olhos, como diz a primeira leitura: “Amas tudo o que existe e a nada desprezas do que fizeste; porque se odiasses alguma coisa, não a terias criado. Da mesma forma, como poderia alguma coisa existir, se não a tivesses querido? Ou como pode ser mantida, se por ti não fosse chamada? A todos, porém, tu tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida” (Sb 11,24-26).

Deus, em seu poder e em seu projeto de amor salvador, não só criou, mas também cuida e preserva o que fez, colocando leis internas que regem a vida do universo cósmico e do universo humano. Deus quer que nada se perca de sua criação, pois é “amigo da vida” (Sb 11,26). É sómente no mistério do amor divino, providente e redentor, que conseguimos compreender a grandiosidade de Deus, expressa na beleza da criação e no cuidado pelos pequenos e pecadores.

Infelizmente, não parece ser esta a atual resposta humana frente à natureza, pois nas últimas décadas vivemos sob a pressão de uma grave crise ecológica sem precedentes. Deus ama a vida, quer a vida, por isso colocou “o espírito da vida em todas as coisas” (Sb 12,1). A misericórdia de Deus é um prolongamento de seu poder criador, especialmente em relação aos pecadores: “De todos tens compaixão, porque tudo podes. Fecha os olhos aos pecados dos homens para que se arrependam. [...] É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti, Senhor” (Sb 11,23;12,2).

O Filho de Deus veio ao mundo para praticar e ensinar o poder e a misericórdia salvífica do Pai celeste. É o que proclama quando de seu encontro com Zaqueu: “O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10). Porque o Pai celeste é “amigo da vida” (Sb 11,26), seu Filho veio em busca dos que mais necessitavam dela: os pecadores, os perdidos, os excluídos, para revelhar-lhes que alegra o coração de Deus a conversão, e não a morte dos pecadores.

Jesus, em uma de suas viagens missionárias, desta vez a Jericó, encontrou-se com Zaqueu, “chefe dos cobradores de impostos e muito rico” (Lc 19,2). Zaqueu é um publicano de influência em sua cidade e colaborador do império romano. Essa condição social lhe atraiu o ódio da parte de seus conterrâneos. Zaqueu já havia ouvido falar de Jesus. Em seu coração palpitavam aquelas palavras do Sermão da Montanha: “Pedi e vos será dado, buscai e achareis; batei e a porta vos será aberta” (Mt 7,7). Por isso, esperava com ansiedade para ver Jesus, mas, como era de estatura pequena, subiu numa figueira. Vendo-o sobre a figueira, Jesus disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar em tua casa” (Lc 18,5).

Zaqueu percebeu que Jesus não lhe dirigiu um olhar de desdém ou discriminador, e sim um olhar de amizade e de misericórdia. Antes de vê-lo, Jesus o amou e queria a sua salvação. Entretanto, para participar da salvação, é preciso a prática da solidariedade, a prática da partilha dos frutos do trabalho e da riqueza, pois não se pode servir a Deus e ao dinheiro. Para Zaqueu, a salvação tinha um jeito bem concreto: a restituição e a partilha: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais” (Lc 19,8).

Ao restituir os bens às pessoas que havia lesado e ao partilhar os bens com os pobres, Zaqueu deu mostras de sua conversão, libertando-se da apropriação injusta que seu ofício favorecia, procedendo para além dos limites previstos pela lei judaica (Ex 21,37; Nm 5,5-7). Ele não perdeu a “hora da graça” que Jesus lhe ofereceu, à diferença do jovem rico, que “partiu triste, pois era possuidor de muitos bens” (Mt 19,25).  Zaqueu “estava perdido e foi reencontrado, estava morto e tornou a viver” (Lc 15,24). Não só ele, mas toda a sua família acolheu com alegria a salvação.

                        Feliz Zaqueu que acolheu a salvação! Com essa visita missionária e misericordiosa, Jesus revela o amor providente e salvador de Deus, que não cessa de buscar os perdidos: “Meu Pai trabalha até agora e eu também trabalho” (Jo 5,17). O apelo de Jesus a Zaqueu - “Desce depressa porque hoje eu devo ficar na tua casa” (Lc 18,5) - é dirigido a cada um de nós. O Senhor quer se encontrar também com cada um de nós para oferecer-nos o seu amor. Mas, de que maneira o Senhor nos quer visitar? Ele vem através da eucaristia, da sua Palavra, da oração, dos sacramentos, dos pobres, doentes, sofredores, excluídos, e de muitas outras maneiras. Não percamos a “hora da graça”! Fiquemos atentos para quando Ele bater à nossa porta!

A visita de Jesus transformou a vida de Zaqueu. Desde o instante em que encontrou-se com Jesus, Zaqueu inverteu a ordem dos valores de sua vida: colocou a justiça do Reino e os pobres acima dos interesses particulares. Rompeu com o egoísmo que o mantinha cego. Em sua conversão, experimentou o amor de Deus na solidariedade. Enquanto vivemos, ocupemos o tempo para fazer o bem, sem esperar recompensas! Intensifiquemos a nossa piedade para com as coisas de Deus! Pratiquemos a solidariedade com os necessitados! Lutemos para que no mundo não haja excluídos nem perdidos! Não basta amar a Deus, é preciso amar também as pessoas. Não basta receber a vida de Deus, é preciso zelar pela vida dos outros. Quem é amigo de Deus não pode ser inimigo da vida de suas criaturas!

Frei Nedio Pertile, OFMCap.
Cuiabá, 28/10/2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vida


  Dádiva do criador, dada a cada ser vivo como um presente. Onde cabe a cada ser fazer dela uma passagem de conquistas e felicidades. Será que você  está fazendo da sua vida uma passagem de conquistas e felicidades?  O ser humano tem no decorrer de sua vida escolhas que podem mudar a história de toda sua existência, todos os dias são nos apresentados dois caminhos, cabe a cada pessoa escolher e fazer com que esse caminho seja vitorioso ou não. É simples, mas nem sempre estamos atentos às oportunidades que nos são ofertadas.
            O mais incrível é que além da nossa vida, também somos responsáveis pela vida dos outros, não somente os pais para com os filhos, mas todo o conjunto de pessoas ao nosso redor, como: amigos, vizinhos, ou até mesmo aqueles que passam pela nossa vida muito rapidamente, através de informações solicitadas, atitudes diante de algum perigo e assim por diante.
            É tudo uma questão de escolha, informar aquilo que me foi solicitado, ter atitude de sabedoria, constituir família, ter amigos, vizinhos. Nossa vida é composta de atitudes que nos remetem a uma escolha.
            A vida é uma busca constante de felicidade que nem sempre é alcançada.
Muitas batalhas são traçadas desde o nascimento, grandes desafios nos aparecem como: andar, falar e outros, mas não temos medo de enfrenta-los. Nossos pais começam bem, nos ensinam a não ter medo de enfrentar os desafios, mas com o passar dos anos os mesmos de forma inconsciente colocam à nossa frente dificuldades desnecessárias causando um grande acumulo de medos e insegurança nos tornando adultos inseguros e com o passar do tempo infelizes. É preciso primeiramente viver com intensidade cada momento para alcançar a felicidade.
            Todo ser humano busca através de palestras, cursos, religião e outros, a felicidade, e se esquece que o principal fator para isso acontecer depende somente dele, da sua força de vontade, dos seus sonhos.

            Os três primeiros passos para um começo de VIDA:

Primeiro passo: Saber o que você espera de sua vida, pois aquele que não tem objetivo não tem direção.
Segundo passo: Focar no seu objetivo propiciando diariamente o seu acontecimento. De nada vale ter objetivo se não correr atrás.
Terceiro passo: Procure fazer tudo da melhor forma possível. Seja aberto a novidades e tudo dará certo.

Susany Pereira

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Homilia dia 24/10/2010 “O pobre clama a Deus e ele o escuta” (Sl 34)


XXX Domingo do Tempo Comum – Ano C
Eclo 35,15-17; 20-22; Sl 34 (33); 2Tm 4,6-8.16-18; Lc 18,9-14.


A Palavra de Deus dirigida a nós, hoje, inicia com uma sentença: “Deus não faz discriminação de pessoas” (Eclo 35,15), porque Ele é o Juiz justo, que olha e escuta a oração dos humildes, mas reprova a oração dos orgulhosos. O autor do livro do Eclesiástico apresenta esta Palavra de Deus num contexto em que liga o culto à vida, o rito das oferendas à justiça.  Um pouco antes do texto que ouvimos, este autor proclama: “O que agrada ao Senhor é afastar-se do mal, o afastar-se da injustiça é um sacrifício expiatório. Não te apresentes diante do Senhor de mãos vazias, porque tudo se faz por causa de um preceito. A oferenda do justo agrada ao altar” (Eclo 35,3-5). A exortação do autor do livro do Eclesiástico é contra as oferendas e sacrifícios perversos, que querem se justificar diante de Deus com polpudas oferendas, mas que, na prática, fazem os humildes sofrerem: “[...] jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva que derrama seu pranto” (Eclo 35,15).

Para mostrar a verdadeira oração, aquela que “atravessa as nuvens”, e chega até o coração de Deus, Jesus contou a parábola de dois rezadores: o fariseu e o publicano. A oração do fariseu, que se auto-gloriava de seu zelo legalista e puritano, é marcada pelo orgulho. Ele queria impressionar a Deus com seu bom desempenho exterior de boas ações, mas era desprezador das pessoas, colocando-se numa posição acima dos que não cumpriam à risca os preceitos da lei de Deus.  “Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda” (Lc 18,11-12). O fariseu, ao invés da súplica humilde, se exibia; não quis arrancar de seu coração o orgulho que o cegava. Ele não quis se reconhecer pecador e devedor a Deus. Acreditou que já estava salvo fazendo o que a lei exigia. Por incrível que pareça, o fariseu ao dedicar tanto zelo pelos preceitos, acabou faltando a um dos principais mandamentos, o de “amar o próximo como a si mesmo” (Mc 12,31; Lv 19,18). Por isso, voltou para casa não justificado, e sua oração, se é que ele rezou, deu em nada. O orgulhoso é incapaz de rezar, porque não se une a Deus, mas vê só a si própria e procura somente a própria satisfação.  Santo Agostinho comenta a oração do publicano com estas palavras: “Foi para rezar, mas não rezou a Deus; só louvou a si próprio! Mais ainda: não lhe bastou não rezar, não lhe bastou louvar a si próprio e ainda insultou aquele que rezava de verdade!”

A oração do publicano, por sua vez, é marcada pela humildade. O publicano sabe que precisa de Deus e que é pecador. Por isso, ficou no fundo do templo “e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tende piedade de mim, que sou pecador’” (Lc 18,13). A oração do publicano brotou de um coração sincero. O fariseu colocou-se com sinceridade diante de Deus, não se escondendo nas aparências, nada exigindo de Deus senão o perdão. Ele sabia que Deus o conhecia por dentro, por isso rezou sem artifícios e máscaras. O publicano era ciente de que Deus “derruba os orgulhosos e eleva os humildes”. Ele sabia-se pecador, e sentia que Deus o amava, pois Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (Ez 18,23). Por isso, a oração do publicano foi ouvida e ele voltou para casa justificado. Ao final da parábola, Lucas apresenta uma lição de moral: “Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado” (Lc 18,14).

A mensagem da liturgia de hoje é uma advertência contra a auto-suficiência no trato com Deus. A auto-suficiência favorece um tipo de oração auto-exultativa ou, talvez, revestida de estética e ritualismo, mas sem espírito, uma oração de aparências, mas sem verdade.

Rezamos com todo o nosso ser. A Deus, vamos com tudo o que somos e fazemos. Não existe oração sob disfarce ou simulada. A verdadeira oração, como a do publicano, desperta em nós a consciência de pecadores. É por isso que a missa começa com o ato penitencial, pedindo o perdão de nossas faltas leves.

Em nossa oração, é comum adotarmos a atitude do fariseu: achamos que somos bons e justos, e que, por isso, Deus deve nos dar recompensas, prêmios. Mas o pior é que, cegados pelo orgulho, quantas vezes julgamos e condenamos os outros. Se pensássemos com seriedade nos nossos pecados, falhas, fraquezas, incoerências, infidelidades, como fez o publicano, certamente nada teríamos a nos orgulhar diante de Deus, nem julgaríamos os outros, e nada teríamos a reivindicar de Deus senão a sua misericórdia.

Vivemos numa sociedade em que predomina o “jeitinho”, a falta de ética, a corrupção exterior e interior, numa sociedade em que “ser honesto é coisa do passado” e “ser sério é coisa do século passado”, numa sociedade que educa para a mediocridade e para a mentira.  Este ambiente tende a encobrir a consciência da culpa e favorece a desresponsabilização pelas próprias ações. Não raras vezes, atos pecaminosos e criminosos são tratados como desvios psicológicos ou patologias. A pessoa infratora acaba sendo desresponsabilizada, seja pela indiferença, seja por um falso mecanismo que lhe garante inocência diante das trapaças.

Rezar sabendo-se pecadores e confiando na misericórdia divina é o início da conversão e da salvação. A oração feita com humildade segura meus pés no chão (da verdade da vida) e leva meu coração para o céu; oração do orgulhoso, ao contrário, tira-lhe os pés do chão (entra na esfera da aparência, da fuga do real) e leva seu coração a lugar nenhum.

O apóstolo Paulo, quando escrevia ao seu amigo, Timóteo, estava preso, em Roma, e pressentia seu fim. O texto da segunda Carta a Timóteo, que ouvimos há pouco, é uma espécie de testamento, com “palavras de ouro”, de alguém que se sabia pecador, mas que foi resgatado e salvo pela graça de Deus, de alguém que, depois de entregar totalmente a sua vida por causa do evangelho, agora, nos últimos dias de vida, tem a consciência do dever cumprido: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia” (2Tm 4,7-8). Paulo não se auto-justifica diante de Deus, como faziam os fariseus – ele mesmo havia sido um deles -, que se achavam com certos “direitos” diante da justiça divina. Ele, até o fim, mesmo com a experiência do abandono – ninguém o defendeu diante do tribunal de Roma (2Tm 4,16) - confiou na misericórdia e no juízo salvífico de Deus. Partiu com a esperança de que Deus o libertaria do mal e da morte (2Tm 4,18), para viver eternamente junto a Quem consagrou a sua existência terrena.

No final desta reflexão, peçamos que o Senhor nos dê a graça de rezar com humildade, com a sinceridade do coração, abrindo nossa alma sem medo Àquele que pode nos ouvir. E, com confiança, dizemos uma vez mais: “O pobre clama a Deus e ele escuta” (Sl 34[33]).  

Frei Nedio Pertile
Cuiabá, 21 10 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Olhar para frente!


Palavra do Pastor no Boletim - Caminho de Comunhão (outubro 2010)
Estamos em outubro: já é final de 2010! Caminho de Comunhão – este Boletim Informativo da Arquidiocese de Cuiabá em sua Edição 25 – nos prepara para o final de ano anunciando que 2011 começa a se definir AGORA: diversas Assembleias/Reuniões de avaliação e programação acontecerão nas Paróquias pelas Pastorais, Movimentos e Organismos, e, na Arquidiocese de Cuiabá para prepararmos o novo ano. Não se pode desconectar-se da CIRANDA COMUNHÃO que iniciamos com o Sínodo Arquidiocesano de Cuiabá desde 10 de junho/2004 até os anos 2011 e 2012; MULTIPLICADORES & MULTIPLICADORAS LEIGOS (Professores & Professoras) se qualificaram em setembro/2010 para IMPLANTARMOS O SÍNODO em todas as Comunidades das Paróquias através das Lideranças das Pastorais, Movimentos e Organismos.
A presença e interesse/motivação de tais Multiplicadores & Multiplicadoras reforçam a certeza de que a COMUNHÃO É UM PROCESSO DE CAPILARIDADE, principalmente, através de tais LEIGAS E LEIGOS preparados e motivados! Valeu o empenho e participação: é esperança! Valeu a presença dinâmica nos encontros de treinamento: é olhar para a frente!Dois flashes do Documento Conclusivo do Sínodo: “A comunhão dos fiéis e das Igrejas locais do Povo de Deus se sustenta na comunhão com a Trindade. A vocação ao discipulado missionário é convocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão!”. (I Documento do Sínodo, § 21, pág. 12; cfr. Documento de Aparecida,155-156) “O espírito de comunhão, /.../, requer aprendizagem com regras precisas, tempos longos, etapas definidas; exige uma estratégia educativa, com seus ritmos e os seus espaços...” (I Documento do Sínodo, § 24, pág. 13)

Dom Milton Santos - Arcebispo Metropolitano de Cuiabá

A perseverança na oração Homilia dia 17/10/2010




A primeira leitura (Ex 17,8-13) descreve um momento de guerra do povo de Israel. Guerra contra os amalecitas, inimigos ferrenhos de Israel. Moisés intercede junto a Deus para que Josué, que está no combate, vença os inimigos. Moisés levanta os braços em direção ao céu: é um gesto de comunhão com o Senhor verdadeiro do mundo. Enquanto os braços de Moisés estão erguidos em oração, Israel vence; quando seus braços cansam e baixam, Israel perde. Por seu gesto de oração, Moisés suplica de Deus a bênção e a integridade física do povo de Israel, mas também o esconjuramento do inimigo.

Para mostrar o valor de rezar sempre e nunca desanimar, Jesus contou a parábola da viúva insistente, que, no final, acabou conseguindo que juiz procedesse em seu favor. Ela insistiu tanto que, como se diz, “matou o juiz no cansaço”. É claro que em nossa oração, Deus não age como aquele juiz interesseiro e partidário, mas Deus nos atende se tivermos fé. É a oração feita com fé, não por exibição, mas com humildade, que toca o coração de Deus. É por isso que Jesus, no final da parábola, pergunta: “Será que o Filho do Homem encontrará ainda fé na terra, quando ele vier?”

Por que é importante a oração? Porque a oração quebra nosso orgulho, nossa auto-suficiência, nosso engano de pensar que somos capazes de vencer todas as dificuldades. Rezando, experimentamos a confiança de que não trabalhamos sozinhos e de que existe Alguém que trabalha em nosso favor.

Muita gente já não reza mais, perdeu o encanto de se aproximar de Deus, e vive sem espiritualidade. É engano pensar que a oração é sem importância ou inútil. Sem a oração, é impossível permanecer firmes na fé. Quem reza, se parece com Jesus. Jesus rezou tantas vezes em sua vida oculta e em sua vida pública. De dia trabalhava, à noite se retirava sozinho, onde não havia barulho, para ficar em comunhão com o Pai e o Espírito. Na hora mais difícil de sua vida, com o rosto prostrado por terra, rezou: “Não se faça a minha vontade, mas a tua seja feita” (Lc 22,42).

Rezar é importante para acertar na vida. Quanta gente erra na vida: falha na educação dos filhos, falha no casamento, falha nos compromissos e deveres, falha nas responsabilidades. Os grandes sofrimentos atuais parecem ter origem justamente na falta de oração e de espiritualidade. O que se torna o ser humano que não reza? Dizia o papa Bento XVI na abertura da Conferência de Aparecida: “Quem exclui Deus de seu horizonte [de vida] falsifica o conceito de realidade e, em consequência, só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas” (DA, p. 254)

Na segunda leitura, Paulo escreve a Timóteo em uma época em que a fé ia enfraquecendo. A demora da chegada do fim do mundo, as perseguições, as influências do Império Romano favoreciam o enfraquecimento da fé. Os cristãos se viam ameaçados de todos os lados, e a fé ia perdendo vigor. Então Paulo lembra que não basta só ser perseverante na oração, mas perseverar também na Palavra de Deus. Ou seja, é necessário insistir na pregação do evangelho, oportuna e inoportunamente.

Hoje, muitos pregam a Palavra de Deus. E, como o fazem? Sem querer generalizar, porque seria injusto, mas muitos pregam a Palavra de Deus pelo dinheiro. Não estão preocupados com o Reino do bem, mas com os bens do reino. Ser insistente não é ser fanático, mas ser fiel. O fanatismo é o disfarce da insegurança. Ser convicto não é ser fundamentalista, mas testemunha. Retomemos as palavras de Paulo: “Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade [...] eu te peço com insistência: proclama a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, argumenta, repreende, aconselha, com toda a paciência e doutrina” (2Tm 3,14ss). 

Frei Nedio Pertile

Novos Horizontes


É preciso todos os dias buscar novos horizontes, nossa vida necessita de aventuras, novos desafios, não se pode ficar parado só pensando, é preciso agir, buscar, e logo mais encontrar o que tanto procuramos. É simples se encontrar num mundo grande e nada generoso com os outros.
Busquemos então a alegria continua, pois a mesma com o passar do tempo será a felicidade, e quando eu estou feliz, sou capaz de alegrar os outros e fazer com que os mesmos busquem também novos horizontes, vale ressaltar que a felicidade só é completa quando eu a compartilho com alguém. Quem? Não sei! Mas você deve saber!
Então vá em busca de quem você ama, e principalmente de quem te ama.
E jamais se esqueça que Deus espera por você, e te ama muito.

“Em um mundo de buscas e encontros, encontremo-nos primeiramente com nós mesmos”

Susany Pereira


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ministros extraordinários PNSAP: Musica que descreve a vocação para ser Ministro

Ministros extraordinários PNSAP: Musica que descreve a vocação para ser Ministro: "Um consagrado para amarEliana RibeiroComposição: Fábio Roniel Venho Senhor me ofertar, A minha vida consagrar. Quero renovar o meu sim, Q..."

Musica que descreve a vocação para ser Ministro




Um consagrado para amar

Eliana Ribeiro

Composição: Fábio Roniel

Venho Senhor me ofertar,

A minha vida consagrar.

Quero renovar o meu sim,

Que tua vontade se faça em mim

Renova Senhor minha vocação.


Um consagrado para amar,

Um consagrado pra se doar,

Um amor que tudo suporta,

Um amor que não dá pra improvisar.

Um consagrado para amar,

Um consagrado pra se doar,

Um amor que não busca interesses seus,

É o mais puro amor, o amor de Deus!