terça-feira, 19 de julho de 2011

Evangelho de hoje (19.07.2011) Mateus 12, 46-50

Puxa Saco1 Evangelho de hoje (19/07/2011) Mateus 12, 46 50
Quando Jesus ainda estava falando ao povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para falar com ele. Então alguém disse a Jesus:
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor. Jesus perguntou:
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos? Então apontou para os seus discípulos e disse:
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de hoje – Ed. Paulinas
Bom dia!
Bem a frente desse momento, outra situação obrigou a Jesus ter “um mesmo peso”. Todos devem lembrar quando dois dos seus discípulos pediram para sentar-se um a sua direita e outro a sua esquerda e o Senhor pacientemente os exortou a respeitar a divina escolha e ao divino tempo.

“(…) Nisso aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica. Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda. Jesus disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber? Sim, disseram-lhe. De fato, bebereis meu cálice. QUANTO, PORÉM, AO SENTAR-VOS À MINHA DIREITA OU À MINHA ESQUERDA, ISTO NÃO DEPENDE DE MIM VO-LO CONCEDER. ESSES LUGARES CABEM ÀQUELES AOS QUAIS MEU PAI OS RESERVOU”. (Mateus 20, 20-23)

Humano e ao mesmo divino, Jesus poderia privilegiar os seus, mas deixava claro que sociedade esperava que nascesse após a divulgação pública da Boa Nova: Uma sociedade justa e longe das prevaricações. Essa talvez tenha sido uma das “bandeiras” defendidas por Jesus que mais incomodavam aos doutores da lei: OS PRIVILÉGIOS!
Sem dúvida que o maior dos privilégios (ou quereres) a ser enfrentado era o individual, pois por instinto, precisamos antes de tudo pensar primeiro em nós e em seguida nos outros.
Esse ato humano e natural vem à tona no sofrimento do Senhor no horto das oliveiras, mas a Sua missão divina o move a continuar no caminho. Quem de nós pensaria primeiro nos outros em detrimento ao meu querer? Jesus descarta o seu privilégio divino e se oferece por sua criatura. Estudiosos, inclusive os mais céticos, afirmam que Jesus era divino visto que andava na “contramão” do raciocínio lógico que possuímos.

“(…) O olhar de Cristo esconde nas entrelinhas complexos fenômenos intelectuais e uma delicadeza emocional. Mesmo no extremo da sua dor ele se preocupava com a angústia dos outros, sendo capaz de romper o instinto de preservação da vida e acolher e encorajar as pessoas, ainda que fosse com um olhar… Quem é capaz de se preocupar com a dor dos outros no ápice da sua própria dor? Se muitas vezes queremos que o mundo gravite em torno de nossas necessidades quando estamos emocionalmente tranqüilos, imagine quando estamos sofrendo, ameaçados, desesperados”. (Augusto Cury – Mestre dos mestres)

Nosso raciocínio lógico também se mostra convincente quando ao sermos perseguidos, desistimos. Sim! Ninguém é obrigado a sofrer, mas de que vale desistir sem lutar? Quais são os verdadeiros motivos que me fazem continuar? Será que os motivos são os melhores pequenos ao ponto de serem descartáveis?
Muitos dos que desistem de algo foi por que entrou na luta pelos motivos errados. Por exemplo quando luto pra ser chefe, por uma promoção E NÃO TENHO TER LASTRO OU CONHECIMENTO PARA TAL FUNÇÃO; quando quero ser reconhecido numa função que fica por detrás das cortinas e não no palco; quando quero aplausos pelo meu lindo canto ou por minha linda pregação, se na verdade minha verdadeira função era passar desapercebido para deixar que as pessoas  vissem o Cristo e não a mim…
Motivos justos nos motivam a perseverar, os “quereres” são descartáveis. É claro que existe aquilo que esta além das nossas forças, mas isso é um tema para outra reflexão
Quem por ventura exerce uma liderança profissional, social ou comunitária, quais os motivos que o levaram a assumir essa função? Quem há muitos anos “NÃO LARGA O OSSO” e não treina substitutos, o que desejas com isso? Perpetuar-se? Isso se chama tirania e não democracia.
Em meio ao sofrimento do horto, das confusões, dos desentendimentos, optaríamos em continuar? Na semana que Jesus fala dos “fardos” Ele nos convida a refletir: quantas coisas abracei apenas por vaidade?
Outra coisa que precisamos repensar é o tratamento desigual que damos as pessoas em troca de interesses. Por que temos a triste mania de tratar bem aqueles que tenho algum interesse? Será que a copeira não deve ter o mesmo tratamento do diretor?
Por estarmos num ambiente chamado igreja, deveríamos entender que lá seria um dos poucos lugares no mundo onde não deveriam ter diferenças de tratamento, pois para Deus somos todos iguais. O que doou cerveja e refrigerante para a festa do padroeiro deveria ter o mesmo tratamento gentil daquele que doa suas duas moedinhas no ofertório, pois o motivo que trouxe o simples de coração a aquele local foi idêntico a mulher que enxugava os pés de Jesus com os cabelos

“(…) Meus irmãos, na vossa fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, guardai-vos de toda consideração de pessoas. Suponde que entre na vossa reunião um homem com anel de ouro e ricos trajes, e entre também um pobre com trajes gastos; se atenderdes ao que está magnificamente trajado, e lhe disserdes: Senta-te aqui, neste lugar de honra, e disserdes ao pobre: Fica ali de pé, ou: Senta-te aqui junto ao estrado dos meus pés, não é verdade que fazeis distinção entre vós, e que sois juízes de pensamentos iníquos? Ouvi, meus caríssimos irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para que fossem ricos na fé e herdeiros do Reino prometido por Deus aos que o amam? Mas vós desprezastes o pobre! Não são porventura os ricos os que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? “. (Tiago 2, 1-6)

Deixo ao fim a reflexão proposta pelo site da CNBB

“(…) Jesus não quer que nós sejamos seus servos, pois o amor que ele tem por nós não permite isso. O apóstolo São João nos diz no seu Evangelho que Jesus não chama os seus seguidores de servos, mas de amigos, porque lhes revelou tudo o que o Pai lhe deu a conhecer. Mas no Evangelho de hoje, Jesus vai mais além, ele nos mostra que quer que todos os que ele ama e o amam sejam membros da sua família, participem da sua vida divina. Para demonstrar o amor que temos por Jesus, não basta apenas afirmar o amor que se sente por ele, é preciso ir além, é preciso conhecer e realizar a vontade do Pai. Somente quem faz a vontade do Pai ama verdadeiramente a Jesus, torna-se membro da sua família e participa da sua vida”.

Um imenso abraço fraterno.

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