sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Homilia dia (07.08.2011) “Como sopram os ventos de Deus?”


LITURGIA – XIX DOMINGO COMUM.
07.08.2011.
“Como sopram os ventos de Deus?”
1.Introdução.
O profeta Elias vive tempos de perseguição e violência. Ele extermina os sacerdotes de Baal, mas a rainha Jezabel promete vingar-se com a morte do profeta Elias! Este foge para o deserto e, deprimido, deseja morrer! Deus, porém, o convoca para uma audiência (conversa) na altura do Monte Horeb!
Jesus, por sua vez, compadecido com a multidão faminta, multiplica o pão e os peixes, caminha sobre as ondas, domina a tempestade do mar, permite a Pedro caminhar sobre as ondas do mesmo, mas assusta-se com a impetuosidade do vento e clama por socorro! Jesus lhe estende a mão e o salva... a ventania cessa e o mar entra em calmaria!
Parece que nos dois momentos temos duas linguagens de Deus: a ventania e a brisa mansa da montanha são duas mensagens divinas. Parece que Javé escolhe a mansidão como pedagogia pastoral, e domina, com uma simples ordem, a misteriosa violência do mar.
Os Apóstolos, prostrados, exclamam: “Verdadeiramente, tu é o Filho de Deus!”

2.Palavra de Deus.
1Re 19,9ª.11-13ª – O profeta Elias, fugindo de Jezabel, chega ao Monte Horeb onde aguarda a fala de Deus que não se manifesta na violência , mas na mansidão de uma simples brisa mansa. Nova linguagem de Deus! Por que Deus escolhe a brisa mansa como expressão de sua presença?
Rm 9,1-5 – O Apóstolo Paulo vive triste por causa da resistência do Povo judeu; ele ama tanto esse povo que aceitaria ser condenado em troca de sua salvação. O amor, quando verdadeiro, é sempre solidário até o sofrimento. Não existe amor descomprometido para Paulo, discípulo de Jesus!
Mt 14,22-33 – Para os antigos, o mar era moradia das forças infernais e a tempestade era uma de suas manifestações. Mas Jesus caminha sobre as ondas do mar e acalma a tempestade. É senhor do mar e de sua temível potência. Pedro não teve fé suficiente para enfrentar o mar! Invocou o socorro de Jesus!

3.Reflexão.
* A Bíblia gosta de símbolos e, muitas vezes, Deus se expressa em símbolos. Precisamos estar atentos para descobrir a linguagem de Deus. Elias, homem de oração, profeta fiel e zeloso, agiu com violência contra os sacerdotes de Baal. Matou a todos! Mas, agora, angustiado pela perseguição da rainha, e deprimido por causa de seu fracasso, deseja morrer! Mas, Deus o chama para uma conversa pessoal, lá no alto do Monte Horeb. Mostra-lhe duas coisas: 1- Deus prefere o caminho da mansidão e da suavidade paciente (aragem) e 2- Elias não é o único que mantêm fidelidade a Javé. Há muita gente boa por aí, basta ter paciência e olhar limpo para observar. Só em Damasco há cinco mil que não dobraram seu joelho diante de Baal!
* Jesus revelou sua divindade multiplicando o pão e os peixes (sinal já conhecido pelos Apóstolos) e pelo domínio sobre o mar e a tempestade. O homem nada pode contra estas forças (diabólicas, segundo a superstição). Mas, Jesus domina-as com uma simples ordem! Pedro, também, quis caminhar sobre as ondas (e quem não gostaria?)! Jesus salva Pedro e nos ensina que está sempre atento aos nossos “pedidos desesperados”! Ele tem poder de socorro! Por quê, você não grita por Jesus no meio dos perigos desta vida, deste mundo, como fez Pedro?
* O domínio da tempestade e do mar é mais uma linguagem simbólica de nosso Deus: Ele tem poder... Basta você gritar por socorro! Ou tem medo até de gritar e prefere afogar-se?


“Senhor, não desprezeis o clamor de quem vos busca!”

Frei Carlos Zagonel.

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